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30 de nov. de 2010


Adoro olhar uma mulher dormindo.
Gosto dos braços soltos ao longo do corpo.
Gosto dos cabelos largados, despreocupados e indecentes.
Gosto do sorriso que se revela na respiração profunda.
Gosto até dos sonhos agitados, que espalham pernas e me tiram do meu espaço cativo.
Gosto quando se enrosca como gata ao adormecer
Gosto quando adormece longe e depois se chega.
Gosto de velar sonos, todos eles.
Quando era criança, observava minha vó cochilar numa velha cadeira e esperava seus suspiros se transformarem em roncos.
Eu adorava vê-la dormir.
Gosto daquele último sono, segundos antes dos olhos abrirem.
Acho sexy o sono da fêmea,
especialmente se tivermos nos comido antes e haja alguma chance de nos comermos assim que ela acordar.

29 de nov. de 2010

Mara

A baiana deliciosa que eu conheci no burburinho dos trios elétricos de Salvador.
No meio de paulistas e cariocas ávidas pelo beijo descompromissado, pelo número, pelo record, estava ela. 
Eu fui a trabalho dias antes e acabei ficando para a festa mais animada do mundo. Não se deve morrer sem participar disso, é um banho de energia catalisadora, uma loucura, uma explosão de rostos, sorrisos e alegria propagada. Vale à pena.
Para mim valeu um pouco mais.
Eu precisei de três longas horas para aprender tudo sobre os circuitos carnavalescos daquela cidade. Hotéis lotados, ruas em festa, turistas para todos os lados. Nunca me deslumbrou muito essa coisa self service do carnaval baiano: é como se vc entrasse com uma comanda e saísse com o número de amassos contabilizados. Estranho. Sem conquista, sem trocas de olhares, tudo muito instantâneo, uma espécie de fast food do amor.
Na concentração para saída dos trios, turmas de homens e mulheres com seus hormônios em alta lotam o interior das cordas, que separam a pipoca dos pagantes. Abadás que viram camisetas, tops, bandanas. No meio de uma turminha de morenas animadas com adesivos do camaleão no rosto, eu avistei a iluminada Mara. O abadá original não tirou a graça e as curvas de seu corpo. A mini saia, o tênis, a garrafinha de água, cheia de vodka. Maravilha de mulher, com licença do trocadilho.
50 metros de uma pequena multidão nos separava. Eu sorri, ela sorriu de volta. Eu gesticulei pedindo para ela dar uma voltinha e ela deu. Eu fui me aproximando e ela também. Quando cheguei perto e constatei que seus cabelos eram ainda mais negros e macios... joguei minha comanda fora. Eu só queria aquele beijo e mais nenhuma outra lembrança do carnaval de Salvador.
Ficamos inseparáveis os quatro dias que se seguiram. Aquele sotaque perturbador, aquelas mãos inteligentes e aquela boca carnuda fizeram minha alegoria completa.
Vendemos os abadás dos dois últimos dias e fugimos para a Praia do Forte, onde ficamos até a quinta feira de cinzas. Não teve Orixá que me fizesse trocar minha musa baiana pelo circuito Barra-Ondina.
E quem disse que 25 beijos diferentes por trio pode ser melhor do que todos os beijos de Mara, seus confetes e suas serpentinas exclusivamente pra mim?
Minha homenagem a filha predileta de Iansã. Muito axé pra você, minha preta!

28 de nov. de 2010

Danielle

Assim mesmo, com dois éles.
Ela tinha um certo orgulho besta de ter dois éles no nome, como se isso desse a ela uma certa sofisticação ou a diferenciasse das outras milhares de Danieles do mundo.
Era uma belíssima representante da espécie fêmea e seus dois éles não faziam a menor diferença nisso.
Fomos amantes, amor clandestino e secreto. A moça era comprometida e não queria terminar o longo namoro por causa de um vagabundo como eu. Moça sensata, eu pensava.
A primeira vez que a vi, percorri meus olhos pelo seu corpo algumas dezenas de vezes, na tentativa de memorizá-lo num HD qualquer e poder recorrer àquela imagem quando sentisse solidão. Estávamos numa festa. Ela  acompanhada, bebericava do copo do namorado e jogava os longos cabelos sedutoramente a cada cinco minutos ou a cada risada da rodinha, o que viesse primeiro. Eu também estava acompanhado, mas faço o tipo discreto e nunca permito que a mulher do meu lado se sinta preterida. Desde cedo aprendi que é muito babaca olhar para outras mulheres descaradamente, quando se está acompanhado.
Desrespeito desnecessário.
No dia seguinte, uma surpresa: Danielle tinha notado o meu olhar. Bingo! Eu estava ficando bom nisso. Num espaço de 40 m2, fazer a mulher desejada perceber que vc a deseja sem criar uma guerra com a mulher não desejada ao seu lado... senti um orgulho cafajeste, confesso.
Liguei para o seu celular, com sua permissão. Amigos comuns e discretos: o segredo do sucesso.
No nosso primeiro chope, ela bebeu caipivodka de morango e falou do namorado umas duzentas vezes. O beijo rolou umas semanas depois, junto com todo o resto, Dani era fogosa, uma tarada típica. Foi uma paixão louca, que me tirou o sono, a fome e a sensatez. Eu passei 5 meses ao pé da mesa, aguardando que uma migalha de Dani sobrasse pra mim. Fins de semana inteiros aos pés da mesa, aos pés de Dani. Torcendo pro namorado viajar, arrumar outra ou morrer.
Fui fiel a ela. Não por convicção, mas por falta de interesse mesmo. Dani tirou de mim qualquer vontade por outra mulher. Sua buceta havia me enfeitiçado e era ela quem alimentava o bicho domesticado que me tornei.
Até que eu cansei.
Algumas mulheres não permitem que a gente se canse delas. Dani ficou louca, fez escândalo, chorou. Terminou com o namorado, apelou pra mãe, apareceu pelada no meu quarto.
Não teve jeito.
Essa é minha homenagem a Danielle, com dois éles arrogantes, dois peitos perfeitos, dois olhos verdes e sedutores. Não me lembro de nenhuma outra coisa que tenha feito eu emagrecer em tempo record.
Dieta da Danielle. Eu recomendo!

23 de nov. de 2010

Venha do jeito que dá.

Se você se arrumar toda e vier com seu melhor vestido, vou querer te comer.
Se você chegar de saia de chita e chinelo de dedo, vou te encaixar no meu colo e querer te comer.
Se sua calcinha for de renda vermelha, eu vou adorar e vou querer te comer
Se sua calcinha for bege de algodão, vou arrancá-la do seu corpo e vou querer te comer.
Se seu cabelo estiver cheiroso e com jeito de quem acabou de sair do salão, vou te fazer um elogio e querer te comer, mas se ele estiver preso com um lápis, sem a tal raiz retocada, vou querer te comer também.
Se você estiver malhando, músculos da coxa saltados, bunda dura e marquinha de biquini, vai me dar um tesão louco e vou te comer gostoso.
Se você estiver acima do peso, barriguinha e as famigeradas celulites, sem pegar sol há um ano, eu também vou querer te comer e vou adorar segurar nas alças que vc chama de culote.
Somos visuais, é verdade.
Mas nossa visão inclui enxergar que ter uma fêmea real, faz dela uma mulher que sua, menstrua, tem  baixas hormonais, trabalha, bebe, precisa ingerir carboidratos e açucar, cria filhos e ainda assim quer dar pra gente.

22 de nov. de 2010

Débora

Ela tinha umas covinhas que me deixavam maluco. Cada vez que ela sorria, mesmo discretamente, as covinhas despontavam exibidas, fazendo com que eu parasse tudo para chegar mais perto dela. Quando ria de verdade, felicidade estampada na cara, as covinhas eram mais fundas, moldavam seus olhos, mudavam belamente suas feições. Fui louco por essa mulher e durante seis meses fiz de tudo para seduzí-la: piadas, poesias, celibato, prestatividade e dança do acasalamento.
Água.
Ela parecia absolutamente segura de que não me queria. Nem para pagar o cinema de sábado, nem pra adicionar no msn, nem pra fazer companhia  no elevador.
Tentei a tática do ciúme como última opção, mas como sou péssimo em estratégias, a coisa desandou de vez e ao fim de seis meses improdutivos, eu desisti. Amor platônico é bonito nos livros, mas na vida real é impossível.
Como eu sempre digo, a punheta tem seu valor, assim como a solidão, mas há vezes que a gente precisa de muito mais.
Fui tirando sua imagem do pensamento devagar, diminuindo as doses, como se faz com o madito tabaco.
E ela se foi, deixando um rastro de frustração e nenhuma saudade boa pra lembrar.
Mas, mulheres são imprevisíveis e numa bela manhã de sábado, meu telefone toca: "alô, Rubens? Sou eu, Débora. Estou me mudando, vou reunir um pessoal aqui em casa pra abrir um vinho e falar bobagem, tem algo pra fazer hoje?"
Semanas exercitando a despaixão e no instante que ouço aquela voz, meu cérebro processa a imagem e meu pau entende o recado: "Vou ver se dá, me manda o endereço por sms."
Tentei demonstrar uma profunda preguiça de falar com ela e desliguei rápido pra não dar bandeira. "As covinhas conseguiram novamente", foi o que pensei.
Essa é minha homenagem a Débora.
Sabia jogar com as palavras e com as ancas. Sabia fazer um cara sofrer, a danada. Mas também dominava todas as técnicas de fazer um sujeito feliz.
Não passamos de uma noite, é verdade. Após alguns cosmopolitans, a gata não resisitiu ao meu charme-o álcool é o parceiro mais leal que um coração vagabundo pode ter.
Foi pouco, eu sei. Nem sempre o amor ganha o tamanho que imaginamos.
Guardo a lembrança doce de um sentimento que não desistiu de mim, apesar de eu já tê-lo largado de mão.
E de bônus, tive as covinhas exibidas de Débora, só pra mim, numa sucessão de sorrisos deliciosos e inesquecíveis.

20 de nov. de 2010

O dia que a poesia ganhou da buceta.

Esse é um blog pra meia dúzia de 3 ou 4.
Não sou campeão de merda nenhuma na internet, há milhares de blogs mais interessantes que esse, com patrocínios e a porra toda.
Segundo estatísticas do Google, meus acessos não passam de 15 por dia, em dia cheio. Na quinta à noite, assistindo televisão e mascando meu chiclete anti-nicotina(fumo menos 4 cigarros por dia, há duas semanas), resolvi reproduzir um texto do seriado global: "Afinal, o que querem as mulheres" Produção caprichadíssima, elenco de primeira e takes holliwoodianos.
O cara foi falando na telinha e eu fui digitando, tal qual um taquígrafo, em delegacia de novela. Achei que a poesia tinha a ver com o blog e larguei a mão, dando os devidos créditos, lógico.
Dia seguinte, vim bisbilhotar meus comentários e vem o Google me dizer que o post teve 88 acessos em 6 horas. 24horas depois, o post teve 178 acessos!
Incrível o poder das massas. Eu, um zé ninguém da blogosfera, escrevendo praticamente um diário de bordo... quem diria...
E o post chamado Destino: Bucetas, sempre campeão dos acessos, ficou pra trás dessa vez.

19 de nov. de 2010

A busca

Na minha vida encontrarei milhares de corpos femininos.
Desses milhares, desejarei algumas centenas, mas dessas centenas de mulheres, estarei sempre amando só uma. E por que essa e não outra? O que me fará ter medo de perdê-la? Que parte desse corpo, que gesto dessa mulher, que palavra?
O jeito de levar a mão à cintura? Uma mecha de cabelo que cai sobre a testa? O livro que lê sozinha na praia?
São necessários muitos acasos e uma teia de coincidências, para que eu a encontre. Enquanto isso não acontece, estou condenado a buscá-la. Em estado de suspensão, com o espírito confuso, flutuando como o mar, soprando como o vento. Sem verdades, nem palavra.

(trecho do seriado "Afinal, o querem as mulheres" direção de Luiz Fernando Carvalho, atualmente no ar na Rede Globo.)

17 de nov. de 2010

Não sou.

Não, eu não sou um predador. Não sou um colecionador de bucetas, não sou um conquistador barato. Também não sou Romário, um artilheiro, buscando números pro Guiness. Definitivamente não sou o esteriótipo de alguém que pretenda me rotular. Não sou um leviano que cataloga mulheres, apenas não as ignoro, porque não sou um babaca qualquer que esquece de telefonar no dia seguinte. Não sou uma propaganda ambulante de histórias sexuais. Também não sou o cara perfeito, o Dom Juan ou o príncipe encantado. E não sou o bom conselheiro, o bom samaritano ou o bom qualquer outra coisa. Não sou um conhecedor da alma feminina, porque não sou pretencioso a ponto de achar que sei tudo. Não sou o manda-chuva, não sou o matador, não sou o melhor pai do mundo, o namorado fiel ou o filho bonzinho.
Não sou quase nada e não sou qualquer um.
Não.
Eu não sou ninguém, mas ainda tô em busca de virar alguma coisa que traga calor ou frio ou dor ou alegria.
Não sou nada, mas ainda tô em busca de alguém que queira não ser nada junto comigo.

16 de nov. de 2010

Cyntia

Com ípsilon ou i? Perguntei, fitando seus olhos grandes e negros.
Com ipsilon, depois do C.
Assim foi meu primeiro contato com Cyntia, numa entrevista para contratação de uma engenheira para minha área. O RH pediu que eu fizesse a entrevista final e lá fui eu, meio aborrecido, sem saco para perguntar ou ouvir respostas.
A vaga foi preenchida por outra pessoa e a vida seguiu seu curso. 10 dias depois, eu estava num barzinho concorrido de BH, sábado fim da tarde, muitas cervejas na idéia.
Oi
Oi... você é a ...
Cyntia com ípsilon!
Convidei-a pra sentar, apresentei a galera da mesa e 3 horas depois éramos só nós dois.
Cyntia era uma mulher de atitude. Me seduziu sem cerimônias, sem firulas e sem jogos desnecessários e cansativos.
Era uma mulher bonita. Mulata, lábios carnudos, pele tom de comercial copertone no verão, olhos amendoados e uma bunda formato coração, que eu vou te contar...
Linda a Cyntia. Linda, inteligente e rebolativa.
Incrível como só as fêmeas são capazes de acumular características aparentemente confrontantes.
É isso que as faz tão complexas e e tão completas.
Cyntia era isso aí: um vulcão ambulante, transbordando vida.
A típica mulher complexa e adorável.
Quando ela foi morar em Chicago, a convite de uma multinacional importante, eu fiquei triste pra caralho, mas não tive coragem para pedir que ela ficasse...
Minha homenagem ao Ípsilon dessa mulher com quem aprendi muito.
Ainda escrevo seu nome com i, queridona, mas é só por implicância e saudade.

12 de nov. de 2010

Vânia

Ela chegou num dia de sol, reclamando do calor, dos juros altos, dos homens incompreensivos. Da primeira vez que nos beijamos, ao abrir os olhos ela perguntou se eu tinha comido batata frita.
Eu gostava do seu jeito rabujento, me divertia com seu mal humor matutino e achava um charme a testa que franzia e o pezinho que batia no chão.
Vania, dez anos mais nova que eu na certidão de nascimento e cinquenta anos mais velha no espírito. Muitas vezes brigamos porque minhas piadinhas a constrangiam e meu jeito paciente-com-garçom a deixava irritada.
A gente durou mais que um verão e quando a temperatura começou a baixar, o que seria um alívio pra Vânia, desistimos. Poderia ter sido um belo complemento de almas, mas minha vó já dizia, que crianção feito eu que resolve brincar com fogo... acorda molhado.

8 de nov. de 2010

ATT

AmigosTambémTransam.
Não é algo assim tão esquisito ou difícil de administrar.
Tirar a roupa para alguém deveria significar que há cumplicidade e amor. Acho muito mais normal, dormir com uma amiga do que comer uma desconhecida. Se é pra eu suar e fazer uma mulher gozar e ser feliz, que seja alguém que eu goste e respeite.
Se é pra eu ter ânimo para preparar um belo café da manhã no dia seguinte, que seja para uma mulher que divida outras coisas bacanas comigo, que saiba que eu gosto de futebol e que eu detesto ovo de gema mole.
Não é fácil se apaixonar, viver uma história de amor, namorar alguém que seja realmente interessante.
O dia que sexo deixar de ser um tabú, talvez a gente possa encará-lo como uma forma bonita de demonstrar amizade, sem a sacanagem que cerca o tema. O problema é que seres humanos complicam tudo.
A gente sente ciúme, a gente se sente dono, a gente é egoísta.
As melhores transas da minha vida foram com amigas, estando ou não apaixonado por elas. Afinal, o amor até acaba, mas amizade é pra sempre.

6 de nov. de 2010

Mulheres

Eu cresci entre elas.
Como sempre conto, não tive irmão, primo, nem mesmo um pai por perto. Cresci entre presilhas de cabelo e tepeêmes.
Irmãs, professoras, namoradas, amigas, avó, mãe, filha... A oportunidade de estar perto delas o tempo todo, fez com que eu as desmitificasse, ao mesmo tempo que se tornaram deusas essenciais no meu dia a dia.
Aprendi na base da experiência, que mulheres são bem menos complicadas do que se prega e que basta um olhar menos egoísta para compreendê-las.
Num sábado chuvoso, após uma noite regada a Jack Daniels, olho no olho diante do espelho e um pensamento que resume a minha existência: A variação entre a zen e a estressada, entre a tarada e a assexuada, entre a magricela e a gostosa, entre a melhor amiga e a filha da puta.
É essa sucessão de tipos, caras, bucetas e almas que formaram o sujeito que sou hoje.
Não me peçam pra parar.

5 de nov. de 2010

Marcela

Eu tinha muito tesão nela e todo mundo sabia. Eu até tentava disfarçar, mas era muita perna para os meus olhos, era muito cabelo jogado para o leste e para o oeste, era muita visão 360 graus. A merda, é que ela era namorada do meu melhor amigo, numa época em que melhores amigos eram uma porra que se respeitava.
Eu comecei a evitá-los, mudar de lugares e de trajetos, mas, numa cidade pequena isso é quase impossível.
Em uma dessas fugas, tentando evitar aqueles peitos desafiadores de Marcela, fui interpelado pelo namorado dela, no melhor estilo Que que tá acontecendo com você? Eu, que fui premiado com porções a mais de imaginação, inventei uma história mirabolante, tinha até polícia e ameaça de morte no meio.
Enquanto eu falava com empolgação, Marcela era um cruzar de pernas incessante: esquerda sobre a direita, direita sobre a esquerda. Nem Sharon teria feito melhor.
E no fim daquela noite regada a mentiras e cachaça, depois de ter sido consolado pelo melhor amigo, fui pra casa me sentindo um traste mentiroso.
Como há males que vem pra fuder tudo de uma vez, eis que ela me aparece, meia hora depois de ter sido deixada em frente ao seu portão pelo namorado. Estava linda, sem soutien, batom ainda borrado pelo último beijo que ganhou dele. Ela era uma mulher, portanto, conhecia o seu poder e queria testá-lo. Marcela aos 19 anos, já dava aula de estratégia feminina e era phd em malandragem. Era daquele tipo irresistível, uma coisa entre a imagem do Gato de botas Shrek2 e uma playboy em revisteiro de consultório médico.
Dia seguinte a cabeça tava inchada, queria o chifre dele na minha testa, mas não teve jeito: a amizade tinha ido pro ralo e Marcela ao acordar nem me parecia algo tão perfeito ou irresistível como há algumas horas...
A culpa misturada à ressaca e arrependimento, é pior que soco num estômago vazio. E como merdas sempre acontecem, essa foi mais uma que fiz nessa minha vida vagabunda e sem escrúpulo. Bunda e peitos estavam no meio, mas esse detalhe é só pra constar nos registros de minha defesa cafajeste.

3 de nov. de 2010

pernas fortes

A vida não me deu grandes atributos físicos: tenho 1,77 de altura, olhos castanhos e inchados, sou narigudo e grisalho.
Mas tenho pernas fortes, uma timidez disfarçada e adoro mulher. Se eu fosse um Gianecchini, me acomodaria no alto dos meus
um e noventa e seria um desses metrosexuais aficcionados por espelho. Mas eu tenho que me esforçar, exercitar a lábia, fazer musculação e saber de cor o kamasutra.
Ontem, numa festinha do banco, ouvi algo que foi bálsamo para os ouvidos de um quarentão vaidoso: "Detesto esses caras que se penteiam de cinco em cinco minutos e ficam perguntando qual o melhor creme anti-sinais. Eu quero um cara que me coma no corredor do prédio, porque não aguentou chegar dentro do apartamento."
Esse sou eu: o cara despenteado, de pernas fortes, que adora trepar no elevador, porque a cama muitas vezes, está longe demais.

1 de nov. de 2010

Buceta no poder

Temos uma buceta no poder.
Agora é oficial. Jornais anunciam, o mundo vê.
Buceta no poder, no centro das relações políticas,
na cabeceira da mesa.
É ela finalmente: soberana e com 10 pontos de vantagem sobre o segundo lugar.
Não participei da festa que colocou a buceta no topo, estou longe de casa e apenas justifiquei meu não voto. Como já declarei aqui, nem era minha candidata, mas tenho que reconhecer que abrir o jornal e reconhecer a vitória de uma buceta, me dá um certo prazer sádico.
Boa sorte, buceta petista, que seu coração vermelho use positivamente o poder. Pra mim, mesmo sendo avesso a algumas das suas idéias, será sempre uma honra obedecê-la.
Bucetas sempre comandaram minha vida, então... que venha mais uma!