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31 de mar. de 2011

Bem vinda à minha vida.

Bem vinda.
Não sei seu nome, mas pode ser qualquer um. Quero chamá-la sem apelidos, sem pseudônimos.
Não conheço seus modos de ver o mundo, mas se apresente e eu vou rastrear essa alma sem me apossar dela ou fazê-la menor.
Ainda não tenho seu email, seu telefone, não sei se usa o msn ou se tem facebook. Mas quero ser adicionado na sua vida, viver coisas reais e amar verdadeiramente.
Bem vinda.
Sei que vc tem tanto a ensinar que estou curioso, mas estou calmo tb, porque teremos todo tempo do mundo.
Frite um bife pra mim e beba o meu café com gosto das Minas Gerais, estou certo de que vc vai gostar.
Passeie comigo de mãoes dadas, me deixe sentir seu cabelo me tampando os olhos e me concedendo a melhor vista do planeta.
Bem vinda ao meu quarto com discos e livros pelo chão, tire as minhas manias de solitário e ponha um perfume de rosas em seu lugar.
Traga a bolsa com maquiagem, com sabonete cremoso e aquele creme pros olhos antes de dormir.
Não durma. Deixa eu cuidar de vc e proporcionar os sonhos perfeitos, pelo menos até o dia seguinte e no dia seguinte ao seguinte, se você quiser.
Bem vinda.
Bem vinda.

Porque eu gosto de chupar uma mulher

Acho que tem gosto de fruta.
Não é fruta que dá em árvore, mas amadurece e fica suculenta pra mim.
Acho que tem perfume de flor.
Não que seja jasmim ou alfazema, mas exala alegria com o cheiro que só alegria tem.
Acho que me tira do rumo.
Não há sensação mais infantil e legítima e que me deixe mais feliz, do que ficar sem rumo.
Acho que é a melhor visão do mundo.
Eu já perambulei por aí, mas não há montanha ou mar que se compare à essa vista.
Eu gosto de chupar uma mulher, mesmo quando ela está dormindo, ou falando no telefone, ou tomando sol...
Eu gosto de chupar uma mulher porque essa é a maior entrega que vocês, generosas, podem nos dar.
Da minha parte, obrigado!
:-)

29 de mar. de 2011

Karla

Karla era uma mentirosa compulsiva. Acreditava tanto nas mentiras que contava, que muitas vezes fiquei em dúvida se ela tinha consciência delas. Ela era uma mulher bonita, rodeada de amigos, dona de uma inteligência tipicamente feminina. Nós nos conhecemos por acaso, numa viagem inesperada que fiz para Brasília. Me encantei com sua auto estima, com a forma como escolhia as palavras, com a desenvoltura ao falar de si mesmo e do mundo à sua volta. Mas karla era um personagem. Tinha poucas coisas reais ali. Ela fazia da própria história, uma grande colcha de retalhos costurada com poucas verdades, algumas meias verdades e muitas mentiras. Tivemos uma relação breve e intensa. No dia que eu quis que ela fosse embora, percebi que estava tão envolvido com a personagem criada, que estava difícil dispensar a Karla real. Loucura.
Eu sou macaco velho. Só quem se dá tanto à alma feminina pode aprofundar-se nela a ponto de reconhecer suas mazelas e disfarces. E eu reconheço de longe uma mentira bem contada, uma história bem montada, uma vida que só existe no discurso. Tem gente que prefere ser outra pessoa, pelo simples fato de não aceitar os próprios defeitos ou não perceber as verdadeiras qualidades. Acho triste.
Há uma máxima popular que diz que as máscaras sempre caem, mas é incrível como certas pessoas desenvolveram camadas de máscaras e sempre restará uma pronta atrás da última caída ou arrancada à força.
Minha homenagem de hoje vai pra essa mulher que, inteligentemente, consegue enganar quase todo mundo por quase todo o tempo. Inclusive a si mesma.

28 de mar. de 2011

Sempre elas

Hoje é domingo, o dia mais chato do mundo. A programação na TV beira ao intolerável e SP faz um dia ruim ficar bem pior.
Às vezes a contínua massa cinza sobre a sua cabeça faz vc despertar de um transe e pensar: "O que estou fazendo aqui?" Hoje peguei minha bike, um presente que me dei há pouco mais de um mês e fui pedalar. Há um circuito de 55km de ciclovias que funciona apenas aos domingos. Provavelmente porque o cara que idealizou isso, mora aqui e sabe que o dia mais chato do mundo nessa cidade que faz qualquer dia chato parecer ainda mais chato, merecia uma ciclovia para pessoas entediadas e solitárias como eu. Lá fui eu suar em cima da bicicleta, procurando motivos para sorrir e sobreviver ao domingo.
Na volta parei no Ibira, lotado de gente, resolvi ir ao MAM e deixei minha magrela no bicicletário.
Foi aí que meu dia começou a mudar. Ela é paulistana, professora de história da arte, loira, calma. Faz qualquer dia maravilhoso ficar ainda mais maravilhoso. Torna o domingo, um dia feliz. Anda de bicicleta todos os domingos antes de ir ao MAM. Acenou, me ofereceu água e acabmos num almoço delícia. Nós e nossas bicicletas. Conversa bacana que só uma mulher consegue manter. Essa é minha homenagem a essa incrível mulher que conheci hoje, mas tb a todas as outras que comandam meu humor, me inspiram, me tiram do cerne e me devolvem a ele. Elas, sempre elas. Obrigado.

22 de mar. de 2011

Sim, elas fingem

Mulher é naturalmente dissimulada. Há um cinismo bonito na alma feminina. Há anos ela tem que segurar pembas intermináveis. Seja com os filhos,  chefe, quilinhos a mais, sogra, empregada e claro, com a sua própria vida sexual. Que mulher consegue manter a espontaneidade depois de horas de trânsito, reuniões intermináveis, lista de compra, malcriação de criança, contas atrasadas, tpm?...
Mas aí tem a obrigação de gozar, viver a fim, parecer sexy o tempo inteiro. Sim, elas fingem. Talvez por ser um caminho mais fácil, que abrevia algumas deérres sem solução, garante a boa noite de sono e o sorrisão do garanhão esparramado na cama, que ela ama agradar.
Sim, elas fingem e na grande maioria das vezes a gente nem percebe. É muito bom fazê-las gozar e por isso mesmo que de uns tempos pra cá o orgasmo virou algo compulsório. Queremos máquinas de fazer sexo ao simples toque de alguns botões e sem muito esforço de nenhuma das partes.
Onde está aquele caminho bonito atrás do gozo feminino?
Cadê a descoberta da carícia certeira que faz a nuca arrepiar e a escolha da frase dita no ouvido que molha lençóis? Cadê o seu prazer verdadeiro, fêmea? E quem te disse que sexo só é muito legal se vier com um orgasmo milenar?
A receita do bolo é mais simples do que se imagina:
não deixem os orgasmos fingidos serem maioria, cuidem dessa estatística, naõ percam a mão. Aliás a mão pode ajudar muito nessa história ;)
Sim, vocês fingem. E eu já sabia.
Mulher que não se contradiz não tem o menor charme.

21 de mar. de 2011

Aline

Aline (o nome não é esse, mas vamos chamá-la assim.) era uma mulher linda. Do tipo muita areia pro meu caminhãozinho.
Pra começar, mais alta que eu. Se tem uma coisa que eu aprendi nessa vida é que na horizontal somos todos do mesmo tamanho, portanto mulher grande não me mete medo. Mas se ela vem a 1,79 com boca carnuda, aí eu me pelo.
Aline tem a boca mais carnuda que se tem notícia. Lábios tamanho apetitosos . Jolie? Boquinha fina.
Ela trabalhava em feiras e eventos promocionais, recebia 100 cantadas por dia e 90 propostas de casa, comida, roupa lavada por semana. Aline era um quadro lindo para qualquer parede.
Fomos apresentados por um amigo comum, que selecionava moças para esses freelas. O cara vivia cercado dessas beldades e como é leitor do blog, não posso revelar todos os podres de que eu tenho conhecimento. Mas enfim, eu tinha levado um fora, estava sozinho e triste e ele como bom amigo quis me animar. Fomos numa festa no bairro da Lagoa, Rio de Janeiro. Festa de bacana, blue label a rodo e as mulheres mais bonitas da cidade. Quando bati os olhos nela, senti um arrepio típico que acontece quando uma mulher me tira do centro. Ficamos de papo e inacreditavelmente, marcamos um cinema com chopinho para o domingo e lá fui eu buscar a gata na Ilha do Governador. Eu era pinto no lixo atravessando a cidade para tirar onda ao lado daquele mulherão. Papo gostoso, chope gelado e combinamos o tal cinema para o meio da semana. Não sou nenhum galã de novela,  mas me garanto em outras áreas e lá fui eu ser gentil e bom amante que é minha especialidade. Ou era até esse dia.
Aline não gostava de transar. Com todas as letras, com todas as bocas carnudas reunidas naqueles lábios, ela me disse que detestava sexo. Fazia por obrigação, mas achava uma chatice. O cabelo embaraçava, o suor a incomodava, tinha vários nojos e restrições. E olha que beijava bem, a danada.
Não gostava de ser tocada abaixo da cintura, porque tinha nervoso e não tocava ninguém abaixo da cintura pelo mesmo motivo. Tinha medo dos peitos caírem, tinha alergia ao latex da camisinha e jamais transaria sem uma. Ou seja: Aline era uma mulher impossível.
Um belo quadro em qualquer parede, como eu já disse. Imóvel, enfeitando o ambiente e sendo elogiada por ser tão perfeita. Perfeita para uma moldura, no máximo para uma conversa e cineminha.
Faltava afeto àquela mulher. Faltava ser afetada por uma coisa simples chamada tesão, desejo, vontade. Que pena.
Mas quem consegue decifrar certas mulheres?

segunda feira

Hoje é segunda feira e se há uma unanimidade entre credos e culturas é que a segunda feira é um dia chato.
Estamos pegando no tranco, ressacados do fim de semana e com preguiça de chegar até o final da próxima.
Segunda feira é uma merda.
Meu telefone toca antes das 8, o que eu considero uma afronta. Começar a semana sendo acordado no grito não é um bom começo, mas estico o braço, acho o danado do celular se esguelando e trato de silenciá-lo com um alô timbre caverna do dragão.
E aí...
-Te acordei pra dizer que sonhei com você e deve ser saudade. O que faremos a respeito?

(...)

Incrivel como a segunda feira deixa de ser unanimamente um dia chato, assim como toques estrondosos às 8 da madruga passam a ser música para meus ouvidos.
É, eu sou um romântico.
;)

17 de mar. de 2011

meninasXmeninas

Me deparo com uma cena romântica na saída do metrô Consolação. Duas meninas de no máximo 20 anos se pegando na escada.Eram beijos calientes, abraços com vontade, sorrisos e olhares apaixonados.
Vou pra casa com uma dúvida na cabeça, quase um temor:
Será que as mulheres da nova geração já descobriram que já que são melhores espécimes que nós, podem se bastar a si mesmas? Sera a nova ordem mundial? Será que homens serão banidos? Será que eu tô muito careta?
E antes que a patrulha me perturbe: nada contra duas mulheres se curtirem. Acho bonito, sério.
Mas se vocês passarem a resolver dessa forma nossos problemas de relacionamento... tô perdido.

Monique

Sempre acho que há algo errado com esse nome. Parece que os pais erraram ou o escrevente quis sacanear. Monique sempre me desceu mal, uma coisa meio metida à besta, meio francês tupiniquim.
Ontem ela me pediu um cigarro e sem cerimônia sentou na minha mesa e debruçou os seios(lindos) para que eu o acendesse.
Me fitou com olhos devoradores e disse que sentia frio.
Se apresentou como Monique e eu nem fiz caras de poucos amigos, porque afinal que importância tem um nome torto no meio daquela perfeição?
Ela entendeu do alto de seus 1,70 que apesar de eu não estar babando,havia um sorriso pronto pra ela. Mulheres sempre me provocam uma confusão de pensamentos e me deixam com cara de bobo, é inevitável. Mas quando eu disse pra ela ficar e beber uma comigo, ela balançou a cabeça, fez quase um beicinho e se levantou com pressa.
Ela ficou por ali, fumando o meu cigarro e me olhando de lado, de costas pra mim. Eu fiquei ali, mirando suas pernas morenas(raridade em são paulo) e viajando na nuca nua de frente pra mim. O garotão sarado chegou 3 minutos depois, puxou-a num abraço que mais parecia uma gravata e deu uma palmadinha na sua bunda. Ela se virou, me olhou mais uma vez e se foi com seu namorado troglodita.
Mulheres... tem como não amar?

16 de mar. de 2011

nostalgia

Esse blog é uma coleção de nostalgias. saudades pequenas e grandes, lembranças que surgem quando me deparo com situações que vivi e outras que gostaria de não ter vivido.
Colecionar nostalgias é minha especialidade. A solidão é uma bela companhia para a  saudade, quem duvida?
Da minha janela avisto um opala branco estacionado há semanas embaixo da mesma árvore. Me lembro de um igualzinho que meu pai tinha e me vejo criança em seu colo, controlando o volante do apalão...Nostalgia.
Mulheres invadem minha memória, lugares invadem minha saudade e eu sinto os cheiros e os gostos dessas lembranças.
Eu gosto da nostalgia.
O amor é nostalgico. Ele sempre deixa um rastro, uma carta, uma fotografia pra lembrar.
Cada linha escrita aqui, me leva para um momento único. É quase um teletransporte para rostos, pêlos, sorrisos, histórias, gozos, lágrimas, almas, bucetas, bucetas, bucetas.
A nostalgia é um vício bom.
Pretendo continuar me dedicando a ele nessas minhas intermináveis noites de solidão.

15 de mar. de 2011

Janaína

Deusa do mar. Era assim que eu a chamava fazendo referência à Yemanjá. Claro que era uma referência tosca, porque ser uma deusa do mar morando em Uberlândia é meio impossível.
Jana curtia quase tudo que eu e a gente se entendia bem pra caralho. Éramos daquele tipo de amor de verão e todas as vezes que eu voltava à Uberlândia para ver minha vó e os meus amigos a gente ficava. Ela me ligava pra dizer: "Vem me comer!"
Eu fui o primeiro cara com quem ela dormiu. Vieram outros depois, claro, mas eu estava ali no topo da lista e eu me orgulhava disso. Uma vez cheguei em Uberlandia, ela estava namorando, mas deu um bolo no tal moleque pra ficar comigo o fim de semana todo.
Não tiramos os pés do quarto, porque afinal, ela era moça comprometida num bairro onde todo mundo a conhecia.
Ela inventou uma gripe forte e eu nem sequer contei pros amigos que estava na área.
Ai, ai Janaína... deusa do mar.
Há alguns anos bateu uma saudade doida dos cabelos negros dela, do cheiro de mato que ela tem e parti pra Uberlândia, fui visitar a filhota, rever os amigos e comer Janaína, o melhor prato da região.
Mas ela não me quis. Ela me disse não. Eu não fazia mais parte da tal lista que me manteve no topo tanto tempo. As coisas mudam, eu sei. A fila anda, sempre dizem e eu quase já me acostumei com isso.
Essa é minha homenagem a uma deusa do mar que nem precisa ter o mar por perto pra ser a deusa dele.
...Saudades de umas ligações na madruga, aquelas de aguçar meu apetite.

14 de mar. de 2011

O medo.

Tem gente que tem medo. Medo de amar. Medo de se dar.
Tem gente que até tenta, se esforça e luta, mas vem o medo.
Ele bloqueia e endurece. O velho medo que fode tudo quando mais uma vez alguém poderia ser feliz.
Tem gente que sofre e não quer sofrer de novo. Que chora e não quer chorar de novo. Que morre e não quer morrer de novo.
Aí vem o medo com seu olhar sorrateiro e tal qual um vírus oportunista de baixas imunidades, se apodera da alma, da vida e de todas as possibilidades.
E aí tem gente que passa a viver assim, feito zumbi ou passarinho encolhido. Já não dá tantas gargalhadas, já não amolece mais as pernas e não sente o coração na boca. Até sobrevive, até sente tesão, até se emociona aqui e ali, mas o amor envolve uma entrega impossível para os que tem medo...
O medo que paralisa, trava e derruba.
Medo. Por que? Pra que?

13 de mar. de 2011

estrada

O silêncio da estrada é cortado pelo som do Cold Play e meus pensamentos.
Em três horas estarei de volta ao tumulto dos semáforos na Avenida Paulista.
O café e o cigarro deste Graal tem o gosto de saudade e de paz.

Até.

8 de mar. de 2011

(refazendo...) Dia internacional da mulher

Estava tenso. O dia mais importante para esse blog já no fim e eu não conseguindo entrar aqui e prestar minha homenagem.
Não que tenha planejado um post especial ou algo assim, mas hoje é teoricamente a data chave para tudo que venho escrevendo ao longo desses meses. Já tive alguns blogs, assuntos diversos, muito mimimi na rede, mas nenhum dos outros me deu tanto prazer ou revelou tanto a minha essência quanto este aqui. Sentar diante da tela azul e abrir meu coração para descrever uma fêmea a partir de seu nome é parte do que se passa  há algumas décadas dentro desse vagabundo que vos fala...
A idéia de me isolar em pleno carnaval foi minha. Há um momento em que a natureza nos chama para um encontro e há tempos eu estava necessitado de uma trégua com o excesso de álcool, com as noites mal dormidas e com meu maldito e querido tabagismo.
Vim para Ibitipoca. Caminhadas hards para testar meu pulmão, silêncio para descansar os tímpanos e namoro para não perder o bom hábito. A solidão faz a gente desacostumar da companhia do outro e eu definitivamente, não vou correr esse risco.
Prometi que não escreveria nesses dias, nem ligaria a TV e nem fumaria. Me permiti uns vinhos, uns sexos e só. Mas hoje é dia da mulher, o mote deste blog, e eu pretendia vir aqui a meia noite e fazer um post bonitinho. Não rolou. A internet da pousada deu tílt e eu percebi o quanto preciso disso aqui como terapia, válvula de escape ou qualquer outro nome que possamos dar a um tratamento da alma.
A impossibilidade de escrever me deixou frustrado e mal humorado. Fumei quatro cigarros e fiquei puto com os passarinhos na janela. Constatei que o blog é mais um vício a ser cultivado...

O dia da mulher na minha vida é diário, mas quero seguir o script do calendário mundial pra dizer o quanto vocês mudam minha visão do todo. O quanto eu as admiro e as amo. O quanto vocês são meu norte e o quanto são capazes de me enlouquecer. Sou apegado ao cheiro, ao gosto, à textura da pele. Preciso do sorriso, do conselho, da problemática linda que é a cabeça feminina. E como sinto inveja da coragem, da força, do jeito terno e decidido. Como gosto dos peitos, das curvas, dos cabelos de cachos e dos que são lisos. Como eu gosto da buceta que domina e da buceta que espera.
E da alma feminina que ensina e aprende. O tempo todo.
Feliz dia, queridas. Todas vocês.

2 de mar. de 2011

Clara

Clara tinha 28 anos quando a conheci. Era uma menina machucada pela vida ruim. Tinha saído do interior de Minas e chegado a BH pra tentar a sorte há dois anos. Estava magra e não gostava de sorrir.
Fazia programas na Zona Grande há alguns meses e mandava dinheiro pra família pobre no final do mês. Pouco dinheiro.
A primeira vez que a vi era antes das 9 da manhã, ela tinha a maquiagem borrada e estava exausta. Mesmo assim, estava linda. Não aceitou a média com café que eu ofereci, mas me pediu um cigarro. Eu insisti no pão com manteiga e em troca do cigarro ela deu duas mordidas.
Me apaixonei por aquela mulher frágil de vida difícil. Quis levá-la pra casa, fazê-la mudar de vida, arrumar um emprego pra ela.
Os olhos verdes e a pele branca. As coxas macias e o perfume de flor. Nunca paguei pelo amor que ela me deu. E nunca acreditei que ela fosse minha. Vivi na íntegra um sentimento que quase ninguém entendeu.
Nem ela.
Por isso me deixou no dia em que o ciúme me corroeu a alma e me abateu. Eu justifiquei : "Sou de carne e osso, porra! Sou homem!"
E ela respondeu enquanto vestia a meia calça:
"Pois é. Mas é de um superhomem que estou precisando."