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30 de jul. de 2012

Chris

Eu nem me lembro direito como foi que começamos a nos agarrar, saindo da festa, onde tínhamos acabado de nos conhecer, amigos comuns no elevador e apertamos o 3s para ficarmos sós na caixa metálica, enquanto os outros ficavam no T e nos olhavam desconfiados, quase certos que íamos aprontar. Apertei o botão de emergência, eram 3 da manhã, minhas mãos suavam e escorregavam no meio daquelas coxas até achar a calcinha fina, de tiras estreitas, ensopada.                            
Ela disse: vamos sair, aqui tem câmeras. Saímos. Garagem, poucos carros, escuridão, escada da área de serviço, serviço completo.
Ela desceu, chupou meu pau de um jeito suave, profundo, olhos brilhantes no meio do breu. Levantei-a pelos quadris, ela abriu os dois botões do vestido, os seios pularam direto pra minha boca. Êxtase. Êxtase total.
O resto foi um baile de mãos, buceta molhada, gozos, bobagens no ouvido, risos contidos, pau duríssimo, pescoço cheiroso, dentes, pêlos.
Chris, com h no meio. No meio do resto de mim.
Adorei.

28 de jul. de 2012

mulheres X dinheiro

Esse é aquele post que volta e meia  bate por aqui, aquele momento em que eu me permito falar das mulheres, com menos fru-fru e mais feijão com arroz.
Estou destinando esses meus escritos de hoje aos machos que, como eu, gostam de bucetas e o que vem com elas. :-)
Há uma famosa frase que diz que quem gosta de homem é viado, mulher gosta é de dinheiro.
Certamente não é 100% verdade, mas faz algum sentido.
Percebo que meninas da classe média tem sido criadas para estudarem, terem seus próprios empregos, serem independentes, mas ainda há nessa criação moderna o incentivo claro para elas se casarem com caras bacanas e  que possam sustentá-las numa contingência.  Sim, todas elas ainda querem casar. Todas ainda sonham com uma casa bonita, carro novo na garagem, crianças saudáveis e um marido que possa bancar isso, ainda que elas tenham que ajudá-lo, pagando a babá ou o salão de beleza.
Mulheres gostam de dinheiro sim e de conforto e de carinho e de estabilidade e de amor, certamente.
Mulheres detestam dividir conta. Elas até podem dividir, mas não gostam, especialmente as que passaram dos 30. Mulheres não gostam de namorados sem carro, sem grana, sem futuro, sem aquele componente X ou Y, que as façam acreditar que aquele sujeito possa contribuir no seu sonho de família brasileira classe média, 1 viagem internacional por ano, restaurante bacana no aniversário, boa escola para os filhos, carro novo a cada 100 mil km rodados.
Se liguem, rapazes: quase nada mudou na educação das mulheres no último século, ainda temos que ser os provedores e dar no couro à noite, elas ficaram mais exigentes na cama.
Boa sorte para todos nós.

26 de jul. de 2012

Vera

Verinha, era assim que chamávamos essa menina alegre, piadista, centrada, feliz.
Verinha foi mãe solteira antes de completar 19 anos. Muitas vezes me deu conselhos em relação à Lara, apesar de nem ela mesma saber o que fazer com a própria maternidade.
Verinha ia pro último ano do colegial com Breno nos braços e foi guerreira pra caralho quando encarou o vestibular de psicologia e passou para a Estadual sem fazer cursinho. Breno ficava na creche e ela estudando, depois trabalhando para pagar os livros, depois estagiando e anos mais tarde abriu um consultório com mais duas amigas e foi sobrevivendo, fazendo das mazelas os desafios, sendo fêmea como tantas e com uma enormidade de coragem na alma.
O pai do moleque nunca apareceu, nunca assumiu e nem por isso ele se tornou um adolescente revoltado. Verinha conseguiu fazer daqueles famosos limões que a vida dá, uma saborosa limonada.
Ontem fiquei sabendo que Breno sofreu um acidente de carro, está entre a vida e a morte num hospital de BH, em coma induzido e muito machucado.
Não poderia deixar de homenagear essa amiga especial, essa mulher foda, num dia triste como este.
Que a vida esteja apenas dando uma emoção a mais nesse roteiro louco para preparar um final feliz pra você, do jeito que merecem as mocinhas, princesas e grandes protagonistas.

25 de jul. de 2012

Danusa

Danusa é minha prima mais gostosa. Ela mora em Londres há uns 8 anos, mas é bicho de Uberlândia feito eu. Numa época de nossas vidas, íamos juntos aos bailes da cidade, fazíamos passinhos de charme, arrasávamos no salão. Era bom. Nossas mães morriam de medo de nos envolvermos, essa coisa de primo sempre foi mal visto na família Borges. "primos são quase irmãos!", ouvíamos repetidas vezes em almoços que reuniam os clãs aos domingos. Danusa era uma danada. Fazíamos ciúmes para os pretendentes dela e sempre dava resultado. Uma vez apanhei na rua por causa de um deles, fiquei puto com ela, mas ela fez aquela carinha doce e danada, cuidou do meu olho roxo e quis saber detalhes da briga, só pra se sentir mais gostosa. A primeira moto que comprei, estreei com Danusa na garupa, shortinho curto, bunda empinada, peitos colados nas minhas costas. Delícia de prima.
Uma noite dessas de bailes e passinhos, ela bebeu duas cubas a mais e ficou mais soltinha que o normal. Avisou à mãe que dormiria lá em casa e passou direto pelo quarto das minhas irmãs. "Eu quero o quarto do fundão", disse ela. Nos beijamos no corredor escuro, ela entrelaçou as pernas na minha cintura, eu a encostei na parede e quando a coisa tava ficando boa e já estávamos quase chegando no meu quarto, a luz do corredor se acende e minha mãe aparece, camisola e copo dágua na mão, cara de má, cenho franzido. Visivelmente pegos no pulo, Danusa e eu fomos nos largando, sorrisos amarelos, nenhuma palavra. Cada um para um lado, fim de festa. Dona Sônia apontou o dedo na minha direção, me olhou com aquele ar de reprovação e disse: "Primos são ..." Eu nem a deixei terminar. Fechei a porta do quarto enquanto ela finalizava aquela frase infeliz.
Danusa e eu só fomos resolver essa história uns 2 anos depois, numa noite de natal. Bebemos vinho bem ruim que é pra cabeça ficar boa, o corpo ficar solto e a culpa não reinar. Ficamos ali no terraço da nossa vó, nos beijando até o sol chegar. Depois ficamos juntos de novo e de novo, por uns 3 meses ainda, mas não demos conta de ir adiante, porque no fundo tb achávamos errado.
Minha homenagem à Danusa, aniversariante da semana, rainha dos passinhos de charme, Miss Uberlândia, minha prima irmã mais gostosa.
E mais danada.

19 de jul. de 2012

Maíra

Vivíamos aos trancos e barrancos. Maíra era temperamental e eu tinha menos de 22. Um moleque com menos de 22 amarrado numa gata teimosa é nitroglicerina, mas não pura:
Vem com misturas dramáticas de imaturidade e marra. Muita marra.
Maíra é um belo exemplo do passado. Descobrir que você muda com a idade e principalmente com o tempo contra você é no mínimo reconfortante. Tem gente que não aprende nunca e passa pela vida como quem passa por uma guerra: armas em punho, trincheira armada, foco no inimigo: bobagem.
Eu fui louco por ela, mas se a gata acordava me fazendo perguntas num sábado de manhã, eu dava linha na pipa e só aparecia 3 dias depois. Eu dizia que mulher não se criava comigo, eu dizia que não aturava caprichos femininos sem razão. Maíra era uma fera, é verdade. Ciumenta, exigente, levemente insegura, mas uma delícia de namorada. Nós ríamos das pessoas na rua, fazíamos amor no cinema e guerra de travesseiros no meu quarto. Viajávamos sem grana e ela topava dividir barraca e miojo, sem frescura. Ela era uma menina ainda, mas era parceira, carinhosa, louca por mim.
A gente brigava pra burro. Depois voltávamos, quando um de nós, vencido pela saudade, resolvia ceder.
E foi assim todo o tempo q estivemos juntos, até que nos desentendemos dias antes de um certo carnaval. Eu fui curtir a festa me achando o fodão do bloco das piranhas e quando eu lembrei da gente de novo,  uma outra vida tinha caído no meu colo: Lara chegou na minha vida. (aqui pra quem não lembra da história) .
Até hoje não sei se ela terminou por descobrir que eu tinha uma filha pra criar ou porque passei um Carnaval louco, galinhando geral enquanto ela chorava em casa. Na época, preferi acreditar que ela pulou fora no momento em que eu mais precisava, hoje, alguns cabelos grisalhos depois, eu não tenho certeza se foi bem assim...
Minha homenagem à Maíra. Uma dessas mulheres incríveis que passou pela minha vida, com quem eu poderia ter transado mais, com quem eu poderia ter trocado mais beijos, de quem eu poderia ter ganho ainda mais carinho. Hoje eu tenho um pouco mais que 22 e aprendi uma porrada de coisas nessa vida, mas talvez a melhor delas tenha sido que simplesmente não vale à pena perder tempo. Mulheres são bichos delicados, tinhosos, mas nós não vivemos sem elas, então pra que tentar?

18 de jul. de 2012

Rafaela

Ela era uma sonhadora. Gostava de ser uma sonhadora e isso lhe rendia um charme a mais. Nos conhecemos no Rio de Janeiro, numa festa de amigos. Eu namorava, mas estava dando um tempo, o que me habilitava a ser um candidato a percorrer aquela cabeça loira e sonhadora, sem qualquer culpa. Ela estava solteira e me deu todas as condições para ser o candidato da noite. E fui.
Bebemos tequila, vodka, caipirinha de abacaxi, cachaça mineira envelhecida. Bebemos. Bebemos muito.
Rafa, como preferia ser chamada, apagou no meu colo por volta das 4 da manhã e acabamos ali, no sofá do Luiz Paulo. Sonhamos juntos àquela noite, largados num sofá de dois lugares, no meio de uma sala zoneada e eu adorei.
Dia seguinte, caras amassadas, cenas incompletas na cabeça e ela sorriu tão bonito perguntando o que tinha acontecido, que fui fazendo um esforço matinal incomum. Fomos preenchendo as lacunas da noite anterior na padaria, depois no apartamento dela, depois na cama dela e quando tínhamos lembrado tudo, fomos curtindo novas noites regadas a tequila e cachaça, só pra poder relembrar tudo no dia seguinte.
E aí nessa fase, ela já sonhava com casamento, bebês, viagem à Búzios nos fins de semana. Sonhadora a Rafa... Eu até acho que podia rolar uma história bacana, mas além de sonhadora ela era ansiosa e não quis esperar eu me decidir entre voltar pra namorada ou ficar com ela. Também não quis usar as armas que uma mulher dispõe para conquistar um cara. Quando ela me deu o cartão vermelho, eu não estava apaixonado, tampouco tinha planos para o futuro, mas doeu mesmo assim. Pé na bunda, né? Não é bom pra ninguém.
Minha homenagem a essa loirinha sonhadora bebedora de tequila, carinhosa e uma delícia de mulher.
Até hoje eu gosto de preencher as lacunas da minha memória lembrando de como foi bom ou de como poderia ter sido melhor ainda.

17 de jul. de 2012

Liana

Ela tinha uma sinceridade rasgada, daquelas constrangedoras. Um cara a convidava pra jantar e em 3 minutos ela tava mandando na lata: "nem pense que eu vou te dar por causa de um jantar bacana não, tá?"
Era uma mulher interessante, cabelos longos, cintura fina, pernas torneadas, nariz altivo.
Liana gostava de mim. Levamos uma amizade colorida por uns 6 meses. Eu não queria nada sério com ninguém e quando ela começou a me pressionar para assumirmos um namoro, eu pulei fora. Sabe aquela fase em que tem tanta coisa boa acontecendo que vc acredita que se amarrar em alguém vai atrapalhar tudo? Um equívoco babaca masculino.Ter uma mulher bacana do nosso lado apenas quando tudo parece desabar à nossa volta, é um tremendo egoísmo. A vida é feita para compartilhar, pena que a gente descobre isso um pouco tarde demais.
Liana engravidou 3 meses após termos rompido. Eu dei uma pirada e como sou gato escaldado, fiz mil contas e perguntei várias vezes se poderia ser meu, mas ela estava magoadíssima comigo na ocasião e nem retornou minhas ligações. Eu a tratei como o lanchinho-sem-compromisso-da sexta-a-noite por 6 meses e ela tinha todos os motivos pra me achar um otário. A dor de cotovelo persistiu e ficou aguda quando a vi barriguda, cara de feliz. Nunca soube nada sobre a criança ou o pai e em dezembro de 2001 nasceu o Guilhermo, aparentemente uma produção independente e bem sucedida.
Há duas semanas revi Liana. Ela está mais bonita que antes, um jeito seguro, um olhar poderoso típico de quem é mãe. Finalmente sentamos para beber uma cerveja, falar do passado, aparar as mágoas, rir da vida. Vi a foto do Guilhermo. Ele é um moleque bonito, inteligente e muito parecido com o pai. Sujeito bacana que registrou o filho 6 meses depois do nascimento, com quem ela se casou há 5 anos e vive feliz até hoje.
Minha homenagem a vc, Liana. Grande fêmea.
..Bela história para uma terça fria e solitária nessa cidade inóspita. Tem gente feliz no mundo, aviso aos navegantes.
 

16 de jul. de 2012

Cynthia

Ela é descolada, moderninha, curte meninas quando bebe destilados e me curte muito quando bebe cerveja.
Ela diz que sua sexualidade oscila de acordo com a bebida que ingere. Mulher louca, claro. Louca e adorável, como sempre. Louca tipo 1, como já defini mais de uma vez aqui.
Ela é intempestiva, curte uns tapinhas na hora do vamuvê, beija de olhos abertos e adora falar de Jazz, cinema mudo e guerra da secessão. Uma delícia sair pra jantar com ela, parar a boca no meio da tatuagem que tem nas costas e ouví-la dando conselhos sobre como ser feliz com o que a vida te deu.
Cynthia é artista plástica e vendedora de livros, ganha pouco, divide com um gato e suas esculturas, um espaço de 40 metros quadrados há 3 quadras da Paulista e tem uma generosidade com o mundo, que é bonito de se ver.
Nos conhecemos num Pub da Rua Augusta, em noite Blues e enquanto ela tentava alcançar um garçom que lhe servisse uma dose de vodka, nossos olhares se cruzaram, nossos sorrisos se abriram e desde então ela tem bebido cerveja comigo, sem nem olhar o cardápio dos destilados...
Sou um sortudo.

Eu tinha feito tudo certo, mas não.

Aquela sensação de que se eu tivesse esperado 3 minutos. Apenas 3 minutos.
Já senti isso dezenas de vezes nessa vida. Um misto de arrependimento e desistência.
Mulheres em geral possuem um relógio que corre diferente, em outro ritmo, com outra duração. Então, se eu tivesse esperado 3 minutos, talvez não tivesse perdido vc para o meu desespero. Porque o desespero sempre perde. Vai perder sempre.
3 minutos pode parecer uma infinidade de tempo quando vc está fora de si, mas na verdade são apenas 3 minutos.
Respire antes, não diga palavras duras demais, faça tudo certo e ela vai ficar pra sempre. Eu pensei que dominasse a técnica, mas quando vi já tinha dito, virado as costas e arrancado com o carro.
Mulheres tiram a gente do sério, eu sei. Mas depois de 30 anos nessa estrada curvilínea, eu não me permito mais bancar o bobo sem noção... Eu tinha feito tudo certo, mas mesmo assim por causa dos benditos 3 minutos, vc se foi.
Espero que não seja de vez.